sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A ditadura da Felicidade?

Alguns dias atrás vi um programa noturno na televisão que tratou de uma chamada "ditadura  da felicidade".
Sem querer entrar no debate do uso do termo "ditadura", que hoje é usada indiscriminadamente sempre que alguém sem muitos fundamentos teóricos decide impor um pensamento, baseando toda a sua base apenas no sensação negativa que o significado da palavra "ditadura" traz à nossa mente instantaneamente.
Ditadura gay, ditadura feminista, ditadura... ditadura... desapeguem da ditadura.
Pois bem, qual não foi minha surpresa quando vi o tema do tal programa. Lá alguns diziam que hoje somos obrigados a ser felizes, a qualquer custo.
Minha primeira reação foi pensar que qualquer pessoa que não quer ser feliz tem sérios problemas. Afinal, é natural do ser humano procurar o que lhe faz bem. E observando alguns animais, ouso dizer que eles também procuram o que lhes fazem sentir melhor.
A questão não é que todos sejam obrigados a serem felizes. Mas, apenas, que ser feliz é melhor do que ser triste, como já pregava a  bossa. A tristeza existe, é com ela que aprendemos muita coisa. Mas, quem disse que não se aprende com a felicidade?
O que não se pode é fazer da vida uma incessante busca pela felicidade, quero dizer, fazer da existência uma cruzada eterna por um estado pleno de alegria que só será alcançado com drogas dignas dos escritos de Aldous Huxley.
A felicidade, no meu conceito, é saber aproveitar o que a vida oferece, saber ver o lado bom, mesmo sabendo que o lado mau está ali também. Ser feliz não é ignorar os problemas, mas crescer com eles.
Ninguém quer sofrer. Ou devemos nos preocupar com uma "ditadura do sofrimento", que vai apregoar que só se está vivendo se sofrer, pois é ele quem ensina?
Na minha busca por me sentir feliz, confesso que passo por dias de humor acinzentado, e me questiono porque não estou alegre como um videoclipe da era de aquário.
E é aí que entendo que as perturbações vêm para me mostrar que o caminho é tortuoso, que algo está errado e que precisa ser mudado. Ou que eu preciso mudar.
Observar o lado positivo do mundo não é se acostumar com tudo, nem se deixar aceitar o que não está tão bom porque tem um lado positivo. Mas é saber que a forma como encaramos o mundo nos faz sentir melhor.
De qualquer maneira, caso goste de ser triste, caso goste do sofrimento, se esse estado de lamúria faz você feliz, então, assim o seja.
O meu caminho eu vejo como uma grande aventura, escolhi ver assim.

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