terça-feira, 21 de agosto de 2012

Amargura em minha boca, sorri seus dentes de chumbo

Alguns acontecimento em nossa vida mudam a gente para sempre. É como se nós fôssemos um rio e, num repente, o curso de nossas águas mudasse. Bonito.
Muitas vezes, os acontecimento são claramente bons. Mas, os bons, a gente termina esquecendo, e focamos naqueles que não foram legais, afinal, o sofrimento e a dor chamam muito mais atenção. Por isso que existem os telejornais.
Há cerca de 3 anos eu passei por uma situação que se prolongou por quase dois anos, e que foi uma dessas mudanças de curso. Acontece que de tudo o que aprendi com aquilo, de toda a positividade que consegui tirar daquela grande bosta - desculpe - uma coisa estranha ficou na minha cabeça, e é difícil de tirar.
Amarguei?
Eu posso considerar que tudo o que me aconteceu - não, não vou falar - poderia ter me deixado totalmente descrente na humanidade, nos relacionamentos, e em tudo o que envolva duas ou mais pessoas.
Quem me conhece sabe que eu sou muito crítico em relação a tudo. E que brinco muito com o que está nos meus arredores. E esse comportamento até faz parecer que eu esteja 100% desgostoso com o mundo. Não é verdade.  Nem tudo que eu falo é o que eu sinto. Não fui contratado pra ter lógica.
Mas, fiquei com medo de, depois de tudo, ter virado um cara amargo. Daqueles que desconfiam de tudo, que bloqueiam tudo, que vivem num lado negativo e tentam negativar o mundo.
Apesar de não parecer, eu sou bastante otimista. Em relação ao amor, à amizade, e etc. Mas, também, sou realista, e racional o suficiente pra não acreditar em ladainhas.
Só que não consigo deixa de pensar no quanto eu posso ter mudado nestes últimos 3 anos e, apesar de repetir que eu quero que tudo dê certo, tenho medo de, no fundo, acreditar que tudo está perdido. E, por isso, termine afastando potenciais relacionamentos pelo simples fato de achar que não vale a pena ser machucado de novo. E, pior, acreditar que todos são incapazes de ser felizes, e os que são, na verdade, estão ou fingindo, ou com os dias contados. E que todo mundo vai machucar todo mundo, porque o ser humano é um animal social que não saber se relacionar.
Hoje, pensando bem, acho que não amarguei.
Mas, só o fato de pensar nisso, quer dizer que eu não me curei ao ponto de estar livre dessa maldição.
Apesar das bobagens que eu digo, e das brincadeiras que eu faço, e dos julgamentos que eu emito, eu quero sim que tudo esteja bem. E eu acredito nos outros. Só não sou bobo.
Ou será que não?

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